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Bem-vindes à intern3t!!!11, pfvr, me siga
quase uma carta das editoras (eu e as vozes da minha cabeça) + Meus Melhores do Ano de 2022
olá, internautas! bem-vindes à intern3t!!!11
eu sou a clara e hoje vou apresentar a vo6 o que raios vamos fazer aqui (não, @/darkthoughts69, não é webs3xo). também prometo que não vou usar tantos números em lugares de letras assim. MAS talvez não use muitas maiúsculas no começo de frases. sl, talvez eu me esqueça e use. mas, por enquanto, vamos manter essa estética. veremos se consigo me comprometer com isso.
enfim.
acho que pra apresentar essa newsletter, primeiro, preciso me apresentar. como disse, meu nome é clara. clara browne. browne não é brownie, eu não sou um bolinho. mas você pode me encontrar na maioria das redes sociais como @BrowneBrownie. hoje em dia, minha bio nas redes é 01 pessoa na web 2.0 porque é um jeito divertido de lembrar a outres internautas de que sou humana, mas acho importante dizer aqui na intern3t!!11 sou suficientemente versada nas conversas de web3. é só que acho tudo isso uma palhaçada capitalista que não consigo levar muito a sério, apesar de saber que vai pra frente sim e ficar de olho no que anda rolando. sou de 1994 (ano de gostosos como kim namjoon e jung hoseok), virginiana e anti-capitalista. atualmente, estou no meio de uma pesquisa de mestrado que é o que nos trouxe pra esse exato momento – o que, pra mim, é quando escrevo essa newsletter e, pra você, é quando cê lê o que escrevo.
muita gente me pergunta sobre o que é a minha pesquisa e, como alguém que tá naquela fase bem Do Meio da pesquisa, costumo responder com um longo suspiro. mas, assim, tentando colocar de uma maneira rápida: eu estudo como uma mesma imagem pode ser interpretada de maneiras diferentes dependendo de onde ela circula na internet. meu foco é em caso de fotógrafas feministas millennials que expunham o trabalho no tumblr e no instagram, que são as duas redes sob as quais me debruço. então eu meio que estudo discurso. mas também estética. mas também gênero. mas também internet. mas também o capitalismo. afinal de contas, quem não chega em O Problema É O Capitalismo em algum momento da pesquisa provavelmente não tá pesquisando direito. a não ser que estude, sl, a forma da rosquinha na dobra do universo (baseado em um caso real).
o problema de estudar A Internet é que você acaba caindo em muitos, muitos, muitos buracos. e, como a gente agora não tem mais a noção de diferenciação de on-line e off-line, acaba que você vira nóia. e, não bastando, acontece que o meu hobby preferido é ler e ouvir pessoas falando sobre a internet! só que agora eu faço isso pensando que, cacete, falta muita leitura teórica pros jornalistas do mundo.
então, cá estou eu perdendo minha sanidade mental com literais 51 abas abertas entre o computador e o celular e, claro, tendo que tomar remédio pra dormir.
daí eu pensei: porra, eu tinha que ganhar dinheiro com isso. e em vez de ganhar dinheiro com isso, decidi fazer uma newsletter. ria à vontade porque você estará rindo comigo e não de mim.
a proposta dessa newsletter é simples: a gente pensar sobre internet juntes. demorei um tempo pra chegar num bom modelo, mas acredito que esse vai funcionar bem. minha ideia é trabalhar com alguns formatos diferentes:
entrevistas com internautas sobre o que a pessoa está fazendo on-line. um momento meio embedded my internet mas versão brasileira, o que garante pelo menos memes melhores.
freestyle. basicamente, eu vindo aqui pensando pensamentos sobre algum aspecto de algo relacionado à internet - dos galpões do vale do silício a estética de algum novo desafio do tiktok. simplesmente sentar aqui e trocar umas palavras doidas com vocês.
recomendações, dicas, muitos hyperlinks. chame de rec se quiser um termo em inglês pra se sentir publicitário. mas saiba que eu, particularmente, vou te achar um pouco deprê por isso.
talvez venha mais coisa ao longo do tempo. talvez não. tudo é experimentação porque a vida é experimentação e nós estamos vivos. ainda não te convenci a ficar? pois bem. vocês podem dar uma olhada nas minhas legendas do instagram (risos, muita comicidade) pra terem uma versão de bolso do que pretendo fazer aqui com os freestyles. vai ser massa. e isso falo eu, browne.
(fala sério, ficou bonito esse botão aí pra se inscrever, hein!)
como é fim de ano, vamos começar a newsletter pelo final. porque eu podia esperar pra lançar em janeiro como um Projeto Novo de um Ano Novo, mas esse é o tipo de coisa que não tem a ver comigo. a gente começa por onde começa e, hoje, é pelo final.
minha parte preferida do final de ano on-line é a porrada de lista de melhores do ano. principalmente quando elas são lançadas no dia 1 de dezembro, como se ainda não tivesse um mês cheio de coisas pra acontecer. gosto dessa sensação de completa dissociação da realidade que a internet pode nos proporcionar. é algo que falta mais na experiência on-line no resto do ano. também amo ver as listas das outras pessoas e julgar se elas são maneiras ou coitadas. mas a minha parte preferida mesmo é poder pegar dicas a partir dessas listas. ver o que gente que eu gosto e desgosto leu/ viu/ ouviu que a impactou e fez pensar. coisas que posso gostar tanto quanto essas pessoas. porque a real é que tô sempre procurando coisas novas pra ver, ouvir e, quem sabe, ler. e também tô sempre procurando uma maneira de gritar por aí pras pessoas verem, ouvirem e lerem as coisas que gosto. portanto, preparem-se pra me julgar e anotar dicas, pois vem aqui:
Os Melhores de 2022 da @BrowneBrownie (eu!)
haverá spoilers pois, se saber o final de algo faz com que a coisa seja estragada, ela não é boa. e tudo sobre o que vou falar aqui é bom. inclusive o que é ruim.
Livros
para a surpresa de todos, esse ano tentei ler 34 livros. logo eu, que nunca li um livro. eu, que não sei ler. eu, que nem tenho olhos. mas a vida é assim e, de vez em quando, você tá lendo os cadernos do camus pra relaxar antes de dormir e não é porque você se odeia, mas é porque é tudo meio engraçado (não é tão engraçado assim, é que tomo zolpidem). mas, não, não tem camus nessa lista. aqui apenas livros que terminei e me fizeram pirar no “bom” sentido. (aspas cômicas)
Estrela Vermelha; Alexander Bogdanov
presente de aniversário que minha amiga livia me deu, junto com uma caneca de Hope World, porque ela queria me dar a utopia (gente conceito é foda). o livro é um sci-fi soviético escrito em forma de relato pessoal de um camarada que é convocado por marcianos pra conhecer a sociedade comunista de marte. o livro é dividido em partes - antes da viagem, a viagem, a vida em marte e a volta pra terra. é uma leitura super esquisita por uma série de motivos. primeiro porque tem umas marcações de época muito engraçadas (como achar que tem ÉTER no espaço!). depois porque tem umas passagens comunistonas de chorar de rir (a minha preferida é quando fala que a terra não é redonda, mas na vdd tem a forma de uma foice e um martelo!!!!!). e aí que tem uns plot tuístes DO NADA que realmente me impactaram demais.
o livro é claramente o bogdanov querendo panfletar sobre como seria a vida no comunismo dele mas pensando puts ninguém lê panfleto vou escrever um sci-fi. isso deixa a parte Romance pouco temperada de vez em quando, mas ao mesmo tempo ele tem umas propostas muito curiosas - coisas bem interessantes, outras bem lelé da cuca - pro funcionamento de uma sociedade. e quando você acha que vai ficar assim pra sempre, o personagem enlouquece e rolam assassinatos e a revolução comunista na terra. foi uma leitura super estranha e muito divertida.
Flush: uma biografia; Virginia Woolf
um dia a virginia woolf virou e falou fodase essa merda eu vou descrever todos os cheirinhos que um doguinho já sentiu na vida!!!!! daí ela escreveu flush.
minha amiga juia fez a melhor resenha do livro, que foi: “eu achei que ia ser cachorrinhos!! au! au! mas é mais dogs… woof…woof…”. e eu não poderia descrever melhor.
as coisas pesam muito quando o flush é sequestrado, mas depois acho que recupera bem da Dor e Sofrimento. mesmo a morte do flush não dói tanto assim (e olha que li numa fase que estava muito, muito sensível a morte de cachorros). na verdade, a parte que eu mais amei é quando ele vai pra itália, que é pós resgate. as descrições são insanas. a virginia woolf consegue capturar detalhes que compõem perfeitamente a cena, sem nunca soar chato. é mt impressionante - e isso falo eu, bacharela em letras. também tem uns registros de coisas muito específicas da época como uma moda de roda espiritual que me deu mt alegria. a humanidade sempre foi esquisita!
pros nerds que gostam de pensar gêneros do discurso e gêneros literários (duas coisas diferentes!), esse livro tem muita coisa interessante no uso da forma de biografia. sem contar que poucas coisas no mundo são mais prazerosas do que ler ingleses criticando a própria sociedade!! leiam flush!!! se tornou um dos meus livros preferidos da vida.
Frankenstein, ou o Prometeu Moderno; Mary Shelley
ah, as escritoras inglesas! cínicas, solitárias e transando literalmente na cova da mãe! mary shelley, obrigada por tudo.
nunca tinha lido frankenstein antes e foi um dos livros mais estranhos que já li na vida. tem tanta coisa nele que eu sei lá, meus parabéns. esse livro é um tratado sobre a humanidade ocidental europeia. a maneira com que a mary trata a solidão, a loucura, a homoafetividade intrínseca nas relações masculinas- o livro às vezes soa como um diário dela. ao mesmo tempo que tem um nível de experimentação que só dá pra ver em obras que começaram um gênero novo. a escrita parece remendada como o próprio monstro, os narradores mudam meio do nada, mas é tudo extremamente coerente, é muito louco. pensar que a mary shelley tinha sl 19 anos quando escreveu esse livro é de se retirar pra ir chorar debaixo da pia por uns minutinhos. e sabe qual é a parte mais louca? a taylor swift fez um audiobook de frankenstein esse ano! você pode ouvir aqui:
agora o que importa de verdade verdadeira é que esse é o livro mais virginiano que eu já li e ouso dizer que existe!! victor frankenstein ter um complexo de deus e decidir fazer um homem perfeito como projetinho pessoal? Big Virgo Energy. o projeto dar extremamente certo e errado ao mesmo tempo? virginianíssimo. o monstro entrar numa brisa sobre perfeição e não entender como é possível alguém ser triste se é perfeito? virgi. e daí pensar não pera mas eu não preciso ser perfeito pra ser amado? virgi de novo. e então o victor comprar a brisa do monstro até começar a pensar demais e passar a duvidar da possibilidade de um ser imperfeito amar e ser amado? haha, virgem. então ele começar a pensar TANTO sobre o assunto que enlouquece? adivinha só! VIRGEM!!
victor frankenstein, seu monstro, mary shelley e eu tudo farinha do mesmo saco: nascidos sob o sol em virgem.
A Ideologia Californiana; Barbrook e Cameron
44 páginas. copyleft (famigerado: é pra piratear SIM). bem humorado. fogo nos capitalistas. xingamentos aos eua com embasamento histórico. tiro. porrada. bomba. arte. isso aqui é outro nível.
é livro de gente gostosa. tu é uma gostosa? então tem que ler esse. se não leu, não é gostosa. não sou eu que faço as regras.
o final é meio europeu demais? sim. mas eles estavam tentando se comunicar com a comunidade europeia. ainda assim achei que podia ser mais revolucionário o final? claro. dito isso, esse foi o melhor texto sobre internet que já li na minha vida. é ultrajante que o cânone seja castells e pierre levy quando temos barbrook e cameron mostrando como cada brinquedo do parquinho foi feito desde a exploração do ferro pra moldar o escorrega e, no final, tacando fogo em todo o parquinho porque os donos são capitalistas!!
sl terminei esse livro igual o tim maia quando leu universo em desencanto. read the book the only book
Poesia Completa; Orides Fontela
a primeira vez que li orides fontela foi em uma aula de português do nono ano, numa coletânea de poemas que o próprio professor tinha feito pra gente. analisamos em sala o poema errância e eu achei tão bonito que, depois da aula, fui no computador de mesa de casa pesquisar quem era aquela pessoa cujo gênero eu mal conseguia presumir através do nome. acabei encontrando uma única foto de uma velhinha abraçada com um gato preto feliz da vida.
ao longo do tempo, fui e voltei muito aos poemas da orides e, o que percebi, é que crescer me ajudava a ressignificá-los. a escrita da orides é simples, mas hermética. ela trabalha muito com questões da tradição literária que trazem camadas e camadas de sentido aos seus poemas. ao mesmo tempo, ela consegue trabalhar esses temas de um jeito que, mesmo sem conhecer muito ou nada, você aproveita o poema. isso, pra mim, é ser bom escritor.
esse ano, depois de morar 9 meses no mato, voltei pra cidade e peguei a poesia completa da estante recém montada. decidi ler de cabo a rabo. e, depois de tanto tempo tão dentro do mato, vivendo tão forte a floresta, os passarinhos, as luzes, os poemas da orides se transformaram de novo. de repente, eu podia ver o que estava escrito. o pássaro não era metáfora, mas bicho. fiquei contente em saber que seus poemas continuam se transformando. tive a certeza de que vai ser sempre assim. me dei conta de que a orides fontela é minha poeta preferida.
Beleza e Tristeza; Yasunari Kawabata
esse aqui é uma longa história, mas a versão curta-muito-curta é que comprei esse livro porque achei a capa feia. daí eu li e foi um dos melhores livros que já li na minha vida.
me estendi muito sobre questões que o livro me trouxe na minha outra newsletter, mas queria registrar algumas coisas aqui também, porque a escrita do kawabata é muito única. é erótica. não só nas descrições de amantes se relacionando, mas principalmente no sentido de que ele nunca entrega nada. ultimamente tenho lido tantos livros que já vêm com a mensagem pronta, foi muito bom poder ler algo que tive que ir descobrindo, algo que nunca me deu uma certeza.
o livro acompanha uma pintora e sua aprendiz, e a relação das duas não apenas uma com a outra mas também com um escritor por quem a mestra foi apaixonada quando jovem, e que voltou meio que do nada pra passar o ano novo com elas. se você ler qualquer resumo, vão dizer que o personagem principal é o romancista, mas acho discutível. na real, depois de pensar muito sobre o livro, o que mais ficou pra mim foi o tratamento das artes plásticas ao longo do texto.
tem capítulos inteiros que são longos diálogos sobre artes plásticas, correntes figurativas e abstratas, artistas japoneses, diferentes processos de criação de um quadro. as descrições das pinturas da mestra e da aprendiz soam como a pintura mais bonita que você nunca vai ver. uma das minhas partes preferidas foi a discussão se um quadro do cézanne pode ser considerado abstrato ou não.
Álbuns
esse ano tive uma crise estética que bateu muito no meu gosto musical. não conseguia ouvir quase nada do que costumava ouvir (tirando taylor swift, socorro) e foi difícil entender o que meus ouvidos e cérebro pediam.
tenho o costume de anotar todos os álbuns que ouvi pela primeira vez no ano no meu bullet journal. então, aqui, terei esse filtro. as playlists talvez reflitam mais o que ouvi ao longo do ano. mas aqui tem umas brisas boas também.
esse álbum chegou a mim por causa da banda balming tiger, uma galera que se define como coletivo que faz um “k-pop alternativo multi-nacional”, o que é definitivamente um jeito de se definir. eles são esquisitos e bons. o site deles é mt divertido. você talvez tenha ouvido sexy nukim, feat. deles com o namjoon/ RM que saiu esse ano.
Monika é o álbum solo de 2021 do leesuho. eu tava dando uma olhada nos integrantes da banda pelo spotify e o leesuho me chamou atenção porque a foto de artista dele era muito absurda (uma camiseta que é toda a cara séria dele. os olhos ficam quase no sovaco, é bom demais). daí abri pra ver os álbuns e tem essa capa que é TÃO minha estética que eu fiquei puts cacete é isto e nada mais.
eu coloquei a primeira música pra anna vitória ouvir e ela só disse: “amiga, é por isso que você não dorme”.
recomendo d+ lover's tongue e instagram dj (a qual mesmo sem entender nada de coreano dá pra sacar que é muito engraçada). mas fique o aviso de que é nóia.
El Madrileño (La Sobremesa); C. Tangana
nada no mundo é pior do que um feio. então explique-me deus como nada no mundo consegue ser MELHOR do que um feio gostoso!!! Isso é tudo que tenho a dizer. Solzinho de verão, aquele clima bão, coloquem comerte entera (feat. toquinho kkkkkk) e vejam por vocês mesmes o que acontece.
e fica um salve pra minha amiga georgia que me apresentou ao segundo feio do meu coração.
um dia eu tava vendo a uncarley e ela falou ah eu pirei e comecei a ouvir jazz japonês e eu fiquei não só puts como #relatable e, portanto, fui catar o álbum pra ouvir. esse foi um ano difícil pra mim no quesito Música. tive uma crise estética complicada que abalou muito minha capacidade de ouvir música. não estava gostando de nada, tudo soando agressivo demais aos meus ouvidos; a única coisa que consegui ouvir por meses a fio foi taylor swift, era infernal. então chegou a uncarley com essa recomendação e eu amo uma recomendação gratuita. era tudo que eu precisava. o álbum tem a exata frequência que buscava - sem o frenesi do jazz que ouvia antes da minha crise e sem a melancolia do jazz não frenético. é só a elegância, a vibração do ar, uma paz de quem sabe pelo que tá passando.
como o esperado de um álbum que começa com シ, maravilhoso.
o foda é que não achei que ia gostar desse álbum. ao contrário da maioria das fãs de bts, eu nunca espero que vou gostar das coisas que esses meninos fazem. e, no caso do namjoon especificamente, sempre fico com cinco pés atrás porque ele tem umas questões muito 19 anos que me deixam com vergonha alheia (tipo a música seoul, que me engatilha de tão cringe). ainda mais depois que falaram que o álbum ia chamar indigo eu fiquei puts vai ser sad namjoon igual mono.. e daí eu ia ter que conviver com um sad namjoon e um angst hoseok no mesmo ano, o que seria demais da conta pra mim, uma mulher felis. no entanto, meu marido e futuro pai dos meus filhos fez um álbum foda de bom. animado, dançante, a mistura certa de introspecção e curtição. porra, ele conseguiu fazer o emo do tablo ser feliz, sabe? o mlk é bão.
as músicas têm uma pegada mais hip hop curtição das antigas, vide os feats. com anderson paak e erykah badu (que fez um reels em celebração ao namjoon muito esquisito e que beira uma seita). tem closer pra quem quer transar. tem change pt.2 pra quem tá puto. tem até wild flower pra quem veio pelo kpop. amei também que as letras são grandes reflexões sobre arte, filosofia e vida sob o capitalismo digital.
a brisa do namjoon é que esse é o registro dos 20 anos dele (ele tem 28 pra gente, mas 29 na contagem coreana. então apesar de ele ser alguns dias mais novo que eu, ele vai ter 30 anos em janeiro do ano que vem, o que é bom demais porque posso acompanhar a minha própria crise do retorno de saturno com ele sendo doido). e por mais breguinha que isso possa parecer, é algo que ressoa muito em mim e que me emociona muito ao ler as traduções das letras e pensar nos processos emocionais e criativos que se condensam naqueles versos. enfim. eu amo meu marido e todo mundo devia ouvir o álbum maravilhoso que ele lançou.
e já que estamos aqui, também recomendo o primeiro episódio do 슈취타 (lê-se shiu-chue-tá), que é basicamente o yoongi e o namjoon enchendo a cara e falando do processo criativo deles. o namjoon fala muito de questões que ele teve com esse álbum e o yoongi manda um “criar é igual cagar” depois de 3 drinks. é tudo. tem legenda em inglês.
Filmes
o problema de ter sido cinéfila entre os 13 e os 17 anos é que parece que gastei a magia do cinema e, hoje em dia, simplesmente não tenho vontade de ver filmes. esse foi o primeiro ano que decidi anotar filmes revistos para além de filmes que vi pela primeira vez, porque achava que a diferença ia ser grande, mas o que descobri é que eu real tenho visto poucos filmes. tenho elaborado sobre isso, mas ainda sem muitas conclusões. de qualquer forma, aqui estão as melhores coisas que vi ou revi esse ano.
Turning Red (2022)
brisa.
Táticas do Amor (2022)
comédia romântica turca daquelas tão RUINS que vira a chave e é bom. a minha parte preferida é quando a mocinha vai numa festa que o cliente dá em cima dela, daí ela fica bebassa e o bói leva ela pra casa da família adotiva dele e eles fazem cerâmica às 3h da manhã.
Our Ladies (2019)
essa aqui é pras fãs de derry girls. um grupo de meninas de um colégio católico escocês vão pra edimburgo pra uma competição de coral. todas elas são biscastes. tem lebisks, adolescente fazendo merda, menina dando pt 2h da tarde, romance, rock n roll, briga entre amigas, reconciliações, bdsm e muito mais! o spoiler é que a menina que teve leucemia morre de leucemia. precisava desse final? não. mas a gente ignora porque a parte boa é mt boa.
Tel Aviv Em Chamas (2018)
pra ser honesta, a melhor parte foi que deu um problema no áudio e a gente viu o filme inteiro dublando a partir das legendas. mas a história é bacana!
Legalmente Loira (2001)
arte. graça. feminismo. sororidade. romance. diversão. um filme perfeito.
Mães Paralelas (2021)
almodóvar é bom né? nada como ver uma coisa que não tá 100% entregue, mas que tem cores. adoro filme colorido. penélope cruz andando de perna aberta foi um pouco esquisito, mas parabéns pela atuação.
Emma (2020)
como é bom ser menininha!
Escola de Rock (2003)
- You're not a teacher, Ned. You're the crossdresser blood sucking incubus from Megadeth. That's the real you!
- Dewey, I'm not a satanic sex god anymore. I'm a working stiff. And that's cool.
A viagem de Chihiro (2001)
esse aqui fui rever porque tava ouvindo um podcast sobre a lenda da Baba Yaga daí lembrei da Yubaba e #bateu aquela vontade de rever Chihiro. a primeira vez que vi esse filme eu tinha sl 9 anos e foi quando lembro de claramente ter pensado ah isso que é Cinema. continua sendo Cinema. sétimo lugar entre todas as artes!!
Séries
fica aqui meu salve pra cena em que descobrimos que o cientista pai da eleven era também tatuador em stranger things 4.
6. Guia Astrológico Para Corações Partidos
poucas coisas são tão divertidas como uma série romcom italiana. então uma romcom italiana com SIGNOS!!! mamma mia, arte!
5. Backstreet Rookie
é comum que nada aconteça em dorama né. mas essa aqui foi muito campeã. não aconteceu absolutamente nada do começo ao fim. nem teve BEIJO. e sempre tem beijo!! mas essa não. ela testou todos os limites. ela se reinventou e se transformou em meta. e ainda assim ela me entreteve pelas 16 horas. como diria aquele pinwino, inpresionante..
4. The Bear
foda.
3. Minha Vênus
olha, gente… é uma série gordofóbica? na medida que todas as séries são gordofóbicas, sim. mas acho que eles lidaram bem ok na proposta da série - que é uma mulher gorda que quer emagrecer. o bonitão claramente é afim dela independentemente do peso, ele dá em cima dela muito antes de ele saber que ela quer emagrecer e tal.
a série é engraçada. os personagens são muito divertidos. e tem umas cenas mt absurdas de erotismo que me fizeram gargalhar. a cena da cadeira de massagem vai ficar pra sempre na minha memória.
por fim, john kim maior que mr. darcy. pensem sobre isso!!
2. Eu Nunca s3
EU AMO ESSA SÉRIE!!!!!!!!!!!!!! chorei pra caralho. amo todos sem exceção. a mãe da devi me lembra um pouco minha orientadora, o que dá uma mexida no cérebro mas ok. que mulher chique aliás, hein. enfim, animada pra próxima temporada. eu amo demais essas crianças.
1. Derry Girls
uma série que me faz chorar com a escolha por um acordo de paz é realmente impressionante e deve estar em primeiro lugar. nessa temporada, curti muito como inseriram a questão do irmão revolucionário da michelle sem parecer que foi do nada ao mesmo tempo dando uma base sólida pras decisões doidas dela sem que isso se tornasse uma desculpa. achei que resolveram de um jeito bem ok a história da clare, dado que a atriz tava com problema de horário por causa de bridgerton. até a tentativa de romance achei que funcionou legal, apesar de achar que seria legal se não tivesse também.
ri muito com o episódio das mães se tatuando. mas nada ganha o episódio do trem com o roteiro levando ao máximo o que acontece quando você finge que lembra de alguém que não reconhece.
hoje seguimos a tradição digital de fim de ano. na próxima edição teremos melhores podcasts, playlists, newsletters e talvez mais coisas que eu pensar. mas depois disso ainda virá muito mais! gostou? ficou curiose pra saber o que vem por aí? então se inscreve, boba!
você pode também me encontrar no tuíter, instagram e na minha outra newsletter, Só quem é clarividente pode ver.