🛸 olá, internautas! 🛸
sim, eu vi o filme da barbie. mas tem tanto, mas TANTO e o substack reclamou tanto que escrevi demais pra um e-mail, que, esse mês, decidi fazer diferente. então hoje teremos as muitas coisas que vi, li e ouvi e que não são o filme da barbie e, ainda essa semana muito provavelmente, vou mandar um outro texto só sobre o assunto. e eu sei que tá todo mundo esgarçado de falar da barbie, mas essa é a internet e eu também me sinto impelida a Produzir Conteúdo nessa máquina cooptada para um neoliberalismo triturante! o que posso dizer a vocês é que juro ser sensata e divertida na minha vez de falar. mas, enquanto essa vez não chega, aqui estão as muitas outras coisas que povoaram minha cabecinha durante esse mês. também aproveito pra agradecer publicamente a quem quer que tenha feito essa linda imagem!
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sem contar que, clicando nesse botão, você terá acesso a toda resenha de barbie que vai sair ainda essa semana :O
enfim!! mais um mês, mais um obrigada por lerem e assinarem, e mais um monte de dica pra vocês!
livros
a entrada na guerra; ítalo calvino
admito: prestei atenção nesse livro só porque a capa dele é rosa. mas não é que ela é rosa, é que ela é MUITO rosa e num tom MUITO bonito. daí vi que era do calvino e pensei: po, dez. daí li a contracapa com uma citação do próprio autor e vou colocar aqui, porque saquem a vibe:
Este livro trata da transição da adolescência para a juventude e da transição da paz para a guerra: assim como para muitos, para o protagonista do livro ‘entrada na vida’ e ‘entrada na guerra’ coincidem. Aqui a guerra é algo de que pouco se sabe ainda: são os primeiros dias da intervenção italiana no que será chamado de Segunda Guerra Mundial; o protagonista é um menino privilegiado em vários sentidos, afastado do drama dos problemas urgentes, e que – talvez justamente por isso – ainda pouco sabe de si mesmo. Mas os fatos narrados já contêm muito do futuro prefigurado e implícito; e já neles opera, com seu ritmo descontínuo, a eterna interferência entre as pulsões da história coletiva e o amadurecimento das consciências individuais.
e, assim, não sei se vocês me acompanham na minha newsletter seda pura, mas isso tudo grita clara browne. poucas coisas são mais minha vibe do que pensar a conjunção de história coletiva e história pessoal.
o livro em si são 3 contos que se passam em 3 momentos diferentes desse início de guerra, todos com esse mesmo protagonista que não entende nada de política e toma suas decisões muito mais pelas aventuras e a fuga do tédio do que qualquer outra coisa. eu não amei o livro, mas foi muito bom ler um livro na época do fascismo que não julga seus personagens por não entender o que é o fascismo. na verdade, o livro é exatamente sobre esse momento em que a gente ainda não entende muito o que as coisas significam, e isso foi muito bem escrito. mas é aquela coisa né, é o calvino que tá escrevendo. é foda.