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Passaram vários filminhos na minha cabeça enquanto lia seu texto. Sou da turma que tem pensado muito sobre isso. Pensei na minha ingenuidade (e a de todo mundo) em acreditar (ou querer) que a IA tiraria de nós tudo que é relacionado à produtividade deixando-a para os robôs. Teríamos assim mais tempo livre e mais tempo pra criar. Mas o contrário é o que acontece pq não temos tempo pra mais nada. Lembrei do livro “Terra Arrasada” que explora a possibilidade de um mundo off-line. Mas só mais uma utopia.

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Clara, que texto maravilhoso!!!! Obrigada por compartilhar. Me lembrou muito um e-mail da Lorde que ela falava como estava se sentindo com a internet ultimamente "I go online and look at everyone. Beautiful people sing to me. Everyone’s gotten really good at the same thing. I look at arched backs and wet flower mouths, the right bag, the right sunglasses. I wonder if it feels as good as it looks, it’s been so long since I chose the best picture from a hundred, lined it up like pulling an arrow taut in a bow, and let it go. Everyone looks very thin. Just thinking that makes me feel tired and far away. I’m not sure if it’s having an effect on anyone else. I keep spending money, wondering if what’s in the package will make me feel right, but I guess I buy the wrong things"

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Que texto maravilhoso. Ainda estou aqui pensando em tudo que você falou nele. vez ou outra tento liberar espaço na memória do celular e sinto que tenho muita resistência em excluir alguns dados (que na maioria das vezes é dispensável, é lixo). me sinto como naqueles programas da Discovery de acumuladores. muito louca toda essa dinâmica de se sentir vazia num mar imenso de estímulos e dados armazenados.

beijos.

obrigada!

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Eu nunca comentei em uma newsletter antes, mas amo a sua e esse texto me pegou desprevenida com o quanto me identifiquei e vi em palavras o que talvez não tivesse elaborado ainda, mas também sinto. Infelizmente também sem muitas palavras por aqui, mas agradeço pela racionalização. Um abraço.

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Nov 23, 2023Liked by Clara Browne

Que incrível teu texto! Me “quebrou” de tantas formas. Sou muito apegada ao meu lixo digital e me sinto uma acumuladora idiota por não ter uma autorreflexão sobre isso. Penso que deveria imprimir (mais papel) caso eu perca tudo online e queira mostrar as fotos para os meus netos. Mas eu nem quero ter filhos??? oi? É de uma superficialidade tamanha. Sou produtora de moda e de conteúdo, não aguento mais telas o dia inteiro. E tenho 7 graus de miopia e astigmatismo. Fora um doença na retina. Eu amo e odeio São Paulo. Sei lá, a inteligência artificial só me faz ter a sensação que estamos nos distanciando da nossa autenticidade, aquela que o ser humano produz, não uma máquina. Enfim, as newsletters são uma das coisas que ainda me alegram nesse mundo cibernético. A sua é uma delas. Brilhante, brilhante! Um abraço e muita força. Vamos precisar.

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qual a diferença entre falta de sentido e falta de propósito?

btw, me sinto assim, mas não tenho um tempo da minha vida que não tenha sido, parece que a linguagem sempre foi distante e a internet sempre esteve aqui.

Existe um movimento de terceirização da minha memória pq desde q sou adolescente existe a Internet

Tb sinto que o uso da Internet para o descanso me causa mt incomodo pq tb trabalho com telas, mas não consigo acessar outra alternativa quando tô sozinha 20h duma terça-feira

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Lendo teu texto me dei conta do quanto me afastei do mundo digital como fonte de experiências. Mesmo trabalhando com imagem e por isso usando frequentemente softwares e nuvens, de uns anos pra cá larguei as redes sociais e tenho tido cada vez menos disposição para procurar novidades na web. Parece que o digital tem o poder de banalizar tudo. Um livro físico, por exemplo, é um corpo que te chama, com o qual vc tem relações também eróticas, pelo toque, pelo cheiro, pela gostosura do design da página. O digital meio que mimetiza isto, mas são centenas de e-books igualmente planos como ícones. Para voltar a sentir algo aqui no web verso foi preciso cortar uma grande quantidade de “conteúdo” que eu consumia, priorizar poucos canais/temas e ignorar tudo q seja hypado, afinal em geral o hype é só a estratégia de marketing funcionando - para tirar o máximo de algo que vai virar lixo, independentemente da qualidade, simplesmente porque existe material demais por aí e as pessoas vão esquecer mesmo de assistir/ler se não for agora que todo mundo fala da coisa.

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